Pensamento estratégico – Competitivo X Colaborativo – parte 2

Pensamento estratégico – Competitivo X Colaborativo – parte 2

Pensamento estratégico – Competitivo X Colaborativo – parte 2

Agora que já introduzimos o tema, vamos partir para o entendimento das bases dos planejamentos estratégicos competitivo e colaborativo.

O que há de comum entre essas duas escolas de planejamento? Ambas partem do conhecimento de uma situação atual e apontam para uma situação desejada. Entretanto, as semelhanças terminam aí.

No planejamento estratégico competitivo, o tomador de decisão mapeia seus pontos fracos e seus pontos fortes, assim como as ameaças e as oportunidades de mercado. Como um general preparando-se para a batalha é importante conhecer onde somos mais fortes para potencializarmos nosso ataque a partir desses pontos. Não menos importante é conhecer onde somos mais fracos de forma a impedir que competidores explorem essas fraquezas.

Ainda nessa visão de planejamento, o mercado (campo de batalha) é visto como uma arena de oportunidades e ameaças. O tomador de decisão procura identificar no mercado posições únicas e que excluam os demais competidores das oportunidades. Ao mesmo tempo parcerias eventuais podem ser formadas para mitigar potenciais ameaças.

Já o planejamento estratégico colaborativo pressupõe que o conceito de forças e fraquezas coloca a empresa em uma disputa onde só pode haver um vencedor. Mas, numa economia mundial com empresas e consumidores digitalmente conectados, são raras as necessidades onde um único vencedor é capaz de atender toda a demanda. Nesse contexto, o conceito de forças e fraquezas individuais se torna cada vez menos importante.

Na abordagem do planejamento estratégico colaborativo o mercado é visto como um terreno fértil e não mais como um campo de batalha. Essa visão minimiza a importância das ameaças e potencializa as oportunidades. Aqui o papel do líder é conduzir os participantes do negócio colaborativo na maximização do resultado para todos e não para um único vencedor.

Do ponto de vista prático, a abordagem colaborativa nos negócios teve suas primeiras iniciativas na Europa do século XIX, com a criação das primeiras cooperativas de trabalhadores. Durante o século XX, o movimento espalhou-se pelo mundo e no Brasil encontrou no setor agrícola uma grande adesão dos produtores rurais que criaram grandes cooperativas que geram e distribuem riquezas para pequenos, médios e grandes produtores.

O final do século XX disseminou o conceito do cooperativismo para diversos setores da economia. O setor financeiro viu, nesse período, o surgimento de diversas cooperativas que prestam serviços semelhantes aos bancos, as chamadas cooperativas de crédito.

Essas experiências ratificaram a premissa que embasa o pensamento colaborativo, de que haverá maior eficiência no atendimento das demandas da sociedade se os atores agirem de forma cada vez mais colaborativa e menos competitiva, pois muitos recursos são dispendidos na competição para que competidores sejam vencidos. No planejamento estratégico colaborativo, o uso desses recursos na busca por eficácia pode levar a uma maior criação e melhor distribuição de riquezas.

No próximo artigo apresentarei a tese que cria as bases do chamado factoring colaborativo©, como a tecnologia tem permitido sua implementação e quais os resultados alcançados até aqui.

 

Até o próximo artigos,

Ricardo Cury

CEO Broadfactor.