O que é gestão financeira?
Para começar, precisamos compreender exatamente o que esse conceito significa na prática.
A ideia aqui é tomar decisões estratégicas que permitem elevar o valor da sua empresa.Pode ser feito por meio de práticas como a administração do fluxo de caixa, análise da criação de valor a partir de ferramentas financeiras e otimização da estrutura de capital.
Ou seja, saber tomar as decisões certas, com o suporte de dados reais, é o caminho do sucesso.
A gestão das finanças apresenta uma visão ampla do negócio e não o analisa somente pelo lucro ou pela quantidade produzida. Na realidade, considera as possibilidades de aplicação e captação de recursos (as decisões de investimento e de financiamento).
A gestão do capital também permite analisar como foi o resultado no passado e o que está acontecendo no presente, além de possibilitar a identificação de despesas desnecessárias e o ajuste de falhas anteriores.
A partir disso, você, como empreendedor, consegue descobrir se os investimentos estão sendo prejudicados pela retirada de capital de giro ou se os colaboradores de determinada área poderão sofrer reajuste salarial devido a seu desempenho, por exemplo.
Planejamento orçamentário
O orçamento é um elemento importante para qualquer empresa, pois oferece a possibilidade de avaliar o histórico da organização e planejar futuros investimentos econômicos e financeiros.
Quando falamos em planejamento orçamentário, estamos abordando especificamente a projeção de despesas, custos, receitas e investimentos que você pretende fazer na sua empresa por determinado período de tempo, que pode ser calculado em meses ou anos.
É uma tentativa de antecipar o futuro e prever o que poderá vir pela frente para que a empresa esteja preparada para diferentes cenários. Isso não significa, porém, que o planejamento do orçamento é feito com base naquilo que você supõe ou deseja.
Sua base são os aspectos financeiros e operacionais, que ajudam a determinar estratégias, objetivos e políticas a fim de que os objetivos organizacionais estejam equilibrados com as atividades necessárias, as datas em que elas devem ser executadas e com o uso dos recursos.
Os passos que devem ser seguidos nesse planejamento são:
Levantamento das receitas
São os valores que a empresa têm a receber no período de tempo avaliado.
– Determinação do volume de vendas atual e o valor médio de cada produto
– Estipulação da taxa de crescimento de vendas que se espera para o ano seguinte
– Previsão do montante esperado de vendas para o ano seguinte, especificando mensalmente
– Cálculo dos impostos sobre o faturamento, tomando como base as vendas projetadas
– Contabilização da receita líquida da empresa
Avaliação dos custos
A partir da definição do volume de vendas aguardado para o próximo ano, pode-se contabilizar o custo dos produtos e mercadorias vendidas ou serviços prestados.
Devem ser inclusos a mão de obra direta, os insumos diretos e outros elementos relacionados. Além disso, deve-se projetar uma expectativa de inflação para planejar de forma adequada os gastos relacionados à comercialização, produção ou serviço.
Análise das despesas
Nesse momento, o objetivo é avaliar o total de despesas que a empresa possui atualmente, considerando aquelas relativas a finanças, administração e vendas.
Em seguida, considere os orçamentos identificados para custos e receitas e verifique a necessidade de ampliar a estrutura das despesas.
Verificação dos resultados
Agora, deve-se verificar se os resultados esperados são condizentes.
Outro item que deve ser analisado são os resultados intermediários, como o lucro antes do Imposto de Renda e o lucro bruto. Eles devem estar de acordo com as expectativas e os objetivos que você possui. Se não estiverem equilibrados, é necessário rever o planejamento orçamentário e pensar em ações para solucionar esse problema, como, reduzir despesas e custos.
Se o planejamento orçamentário estiver seguindo suas necessidades, você já pode calcular o resultado final do exercício, ou seja, o lucro líquido, e fazer a previsão para o Imposto de Renda.
Avaliação da necessidade de investimentos
O planejamento orçamentário também passa pela identificação dos investimentos necessários. Um dos pontos principais é a possibilidade de aumentar a estrutura de capital, seja por meio da aquisição de novos equipamentos e prédios, mediante modificações do processo produtivo.
O orçamento para investimentos deve ser condizente com os resultados aguardados pela empresa. É importante destacar que a demonstração de resultados não contabiliza os investimentos, mas eles são fundamentais para o crescimento do negócio.
Cálculo de investimentos
O negócio só pode crescer se investimentos consistentes forem feitos. Eles podem ser categorizados como desembolsos feitos para a aquisição de bens, como equipamentos, máquinas, veículos, ferramentas. Os investimentos também podem ser usados para capacitações e treinamentos. Nesse caso, são chamados de operacionais.
Outra possibilidade é usar sobras de caixa e lucros para expandir o patrimônio da organização. Isso pode ser feito por meio da aplicação de dinheiro em fundos de investimento ou na compra de ações de outras empresas, por exemplo. Nessa situação, os investimentos são chamados de financeiros.
O importante é que você faça o cálculo dos investimentos realizados, ou seja, utilize indicadores que permitam analisá-los.
Os principais indicadores são:
Taxa Interna de Retorno (TIR)
A taxa de retorno do investimento realizado, ou seja, a rentabilidade do projeto. Para interpretar o resultado da TIR, é preciso compará-la à Taxa Mínima de Atratividade (TMA), que indica o percentual mínimo que o projeto deve oferecer de retorno. O cálculo da TIR deve ser feito com uma calculadora financeira ou por meio de planilhas eletrônicas.
Quando a TIR for
– Maior que a TMA, o investimento é atrativo
– Igual à TMA, o investimento é indiferente
– Menor que a TMA, o investimento não compensa economicamente
Valor Presente Líquido (VPL)
É a fórmula utilizada para calcular o valor presente dos pagamentos futuros, fazendo o desconto da taxa de custo de capital que foi determinada. O VPL existe, portanto, porque o dinheiro do futuro não vale a mesma coisa que o recurso que se tem no momento.
A taxa de custo de capital que deve ser descontada é definida com base em fontes confiáveis. A principal é a Selic, taxa de juros básica determinada pelo Banco Central.
Se o valor do VPL for, por exemplo, de R$ 17 mil, o investimento vale a pena se tiver um valor abaixo disso.
Payback
Esse último indicador aponta o prazo para que o lucro acumulado se iguale ao investimento inicial. O resultado é apresentado em dias, meses ou anos.
O payback considera o fluxo de caixa livre acumulado, que representa a soma dos fluxos de caixa da projeção. Caso o investimento seja novo, é normal que os primeiros meses tenham valores negativos, que vão se transformando em positivos com o passar do tempo.
Os resultados positivos mostram quando a empresa começou a lucrar com o investimento. Esse é o período em que o payback foi alcançado.
Gestão de fluxo de caixa
Já ficou bem claro que a gestão das finanças das pequenas e médias empresas dependem diretamente da administração do fluxo de caixa. Isso significa gerenciar adequadamente todas as entradas e saídas de recursos financeiros.
Muitas vezes, o fluxo de caixa é realizado em uma planilha simples. Esse método não está errado, mas pode acarretar erros. Por isso, recomenda-se usar um software financeiro, que permitirá gerar relatórios acurados e ter mais precisão na análise.
Nesse processo de avaliação, você precisa se atentar a uma série de elementos, como contas a pagar e a receber, estoque, cartão de crédito. Sempre que perceber a existência de um desequilíbrio na movimentação financeira, utilize os relatórios para verificar a necessidade de vender mais, receber com mais rapidez ou reduzir/parcelar os pagamentos.